hoje, eu vou contar um pouquinho sobre os procedimentos burocráticos que tive que passar, para poder morar e trabalhar aqui no Canadá.
Logo, que eu cheguei aqui, eu tive que tirar o documento que contém o meu "Social Insurance Number (SIN)", que é um dos documentos mais importantes que devem ser tirado assim que chega ao Canadá. O SIN é a "mesma coisa" que o nosso CPF. Ele é necessário para poder abrir conta bancária, conseguir emprego etc.
Esse documento é algo levado bem a sério aqui, logo que você recebe o cartão, eles dizem para não informar esse número para ninguém, apenas para o banco que irá abrir a conta e a empresa que irá trabalhar, diferente do Brasil que qualquer simples cadastro pede o número do nosso CPF.
Exemplo do cartão do SIN.
Em seguida, eu tive que tirar carteira de motorista, porque o Brasil não tem tratado internacional com o Canadá, dessa forma a minha carteira de motorista brasileira não é válida aqui.
Eu tive o prazo máximo de dois meses para poder tirar a carteira de motorista Canadense, durante esse período eu posso dirigir e mostrar a minha carteira de motorista brasileira. Mas, passado os dois meses, eu obrigatoriamente, tenho que tirar a minha carteira canadense, para isso, eu tive que fazer o seguinte procedimento:
1-) Ir até a embaixada brasileira (em Ottawa) e pedir um documento que comprava que a minha carteira de motorista é verdadeira e que diz que eu tenho mais de dois anos de experiência como motorista (eu vou explicar depois o porque de exigir experiência).
2-) Então eu precisei ir em uma empresa cadastra do governo canadense, para fazer a tradução da minha carteira de motorista do português para o inglês.
3-) Só então eu pude fazer o procedimento para tirar carteira de trabalho.
O processo de tirar carteira de trabalho aqui é muito mais complexo do que o Brasil. Aqui tem 3 tipos de carteira de motorista de carro de passeio: G1, G2 e G.
- G1: É o primeiro nível de carteira de motorista. Qualquer pessoa, com idade superior a 16 anos pode tirar essa carteira, para isso basta fazer uma prova de motorista teórica. Se o candidato passar na prova, ele pode dirigir apenas acompanhado de alguém que tenha a carteira G, não pode dirigir em estrada, nem dirigir na cidade, da meia-noite a 5 da manhã. E deve ter 0% de álcool no sangue. Essa carteira serve, para o novo motorista aprender a dirigir e fazer aula de direção.
- G2: Após 12 meses de carteira G1, o motorista pode fazer a prova de transito apenas na cidade. Se passar pode começar a dirigir desacompanhado, nesse caso já pode dirigir na estada, mas não sozinho (deve dirigiri com algúem que tenha a carteira G), não pode beber nenhuma bebida alcóolica.
- G: Após 12 meses de carteira G2, o motorista pode fazer a prova de transito na cidade e na estada, se passar ele já pode dirigir aonde quiser e na hora que quiser, já pode duas latinhas de cerveja.
Ou seja, para tirar a carteira G de motorista, demora 2 anos (G1 e G2). Para não precisar fazer toda essa burocracia, é preciso provar que o motorista já teve experiência de no mínimo 2 anos, para poder apenas fazer a prova escrita da carteira G1 e a prova de transito da carteira G2. Foi por esse motivo, que eu tive que pegar a carta da embaixada brasileira, que diz que eu tenho a experiência requerida.
Devo confessar que não foi fácil para tirar a prova. Primeiro porque eu tive que ler um livro de mais de 160 paginas, com um monte de detalhes, que eu precisei decorar para fazer uma prova com 20 questões sobre regras de transito e 20 questões sobre placas de transito. Em ambos as provas eu tive que acertar 16 questões no mínimo para passar.
Cara do livro de transito do Canadá.
No mesmo dia da prova teórica, após saber que tinha passado, eu fui fazer a prova de direção, que é muito mais difícil que a do Brasil. O prova de transito dura quase uma hora.
Tem um monte de detalhes, que se não prestar atenção não passa, como por exemplo:
- tem que andar pela a cidade uns 40 minutos, a cada 5 a 10 segundos é preciso olhar todos os espelhos para checar o transito, se não perde ponto;
- a cada cruzamento, tem que olhar para os dois lados (mesmo estando em uma preferencial, ou mesmo eestando em um cruzamento com semáforo e o sinal verde para você), se não perde ponto;
- toda vez que for mudar de "mão" ou virar para alguma direção (esquerda ou direita) além de dar sinal com a seta é preciso olhar para trás (sobre os ombros), para checar os ponto cegos;
- tem que ir para a estrada, checar como o motorista se comporta na estrada.
Felizmente eu passei e agora eu tenho a carteira de motorista Canadense. O bom que ela vale em uns 12 países.
Minha carteira de motorista Canadense!
A última burocracia que eu tive que fazer aqui é tirar a minha carteira de saúde. Com ela eu posso ser atendido em qualquer hospital de graça, posso marcar consulta com qualquer médico de graça. É algo impossível de imaginar no Brasil.
O interessante, que com todo mundo que eu falo daqui do Canadá, eu não vi ninguém reclamar do sistema de saúde canadense. O povo fala muito bem.
Bom, para conseguir essa carteira foi bem mais fácil que tirar carteira de motorista (risos), eu tive que esperar apenas 3 meses (após a minha chegada), então ir no órgão público responsável pelo cadastro dos novos usuários do sistema de saúde, e esperar uma semana para receber em casa a minha carteira.
Carteira de saúde Canadense.
Bom pessoal, essa postagem fica por aqui, ela serve mais para mostrar um pouco sobre o que eu ando fazendo por aqui.
Abraços a todos.